Grande Hotel Beira
Grande Hotel Beira em 2012
Arquiteto | Francisco de Castro |
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Período de construção | 1954 |
Abertura | 1955 (68–69 anos) |
Estilo | |
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Estatuto patrimonial | Património de Influência Portuguesa (base de dados) |
Pisos | 3 |
Localização | Beira, Moçambique |
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Localização | |
Coordenadas | 19° 50′ 50″ S, 34° 50′ 26″ L |
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O Grande Hotel Beira foi um hotel de luxo localizado na cidade da Beira, em Moçambique, funcional entre os anos de 1955 e 1963. Após esse período, continuou sendo utilizado durante a década de 1960 como um centro de conferências, bem como sua grande piscina. Durante a Guerra Civil de Moçambique (1977-1992), contudo, tornou-se um campo de refugiados. Atualmente, o antigo hotel está ocupado por cerca de 3.500 pessoas[1] que vivem em condições precárias. O governo considera removê-las eventualmente, mas a situação se arrasta por anos.
História
O hotel foi aberto em 1955, então anunciado como o "Orgulho da África", considerado como o maior e mais requintado hotel de todo o continente africano. Contudo, o prédio contava com apenas 3 andares e, segundo o anúncio no Anuário do Turismo de Ultramar (1959-60), possuía 122 quartos. Seus proprietários projetaram a inclusão de um casino, mas não conseguiram garantir a autorização governamental necessária. Apesar de grandes festas e recepções, como o grandioso casamento de Patucha Jardim, filha de Jorge Jardim, um dos secretários de Salazar, acredita-se que o hotel nunca tenha sido rentável, não atraindo as elites tal como se pretendia inicialmente. Assim, o hotel foi fechado já na década de 1960. As salas de conferências e piscina continuaram sendo usadas durante os anos 1960 e mesmo após a independência em 1975. O último evento realizado no hotel foi a festa de Passagem de Ano em 1980-81.
Após a independência, em 1975, sua cave foi usada como célula para manter os presos políticos. Alguns membros da polícia e do exército começaram a usar o terceiro andar, como salas de estar. Depois de 1981, foi retomado pela população em geral. Os novos ocupantes usaram o novo piso de parquet inteiro como combustível. O edifício não tem água corrente ou eletricidade.
Hoje
O jornalista Florian Plavec descreve uma visita ao hotel em um artigo de Julho de 2006 no Jornal Kurier da Áustria. Segundo suas contas, praticamente tudo o que tem qualquer valor tem sido saqueados do hotel, incluindo a sua casa de banho em mármore e azulejos, pisos de madeira, pias e banheiras. A antiga piscina serve agora como um coletor de água para lavar roupas, e o bar desta como um mictório. O hotel também tem experimentado danos estruturais, como as árvores continuam a crescer nos terraços e pavimentos que desabam. No seu atual estado de decadência, o hotel foi fotografado pelo fotógrafo Sul-Africano Guy Tillim em sua série "Avenue Patrice Lumumba", em 2007 (publicado pela Prestel Verlag) e aparece ainda no documentário sobre a língua portuguesa chamado Língua - Vidas em Português, lançado em 2001 e dirigido pelo cineasta Victor Lopes.
Documentários
- Língua - Vidas em Português (2001) - dirigido por Victor Lopes[2]
- Grande Hotel (2007) - dirigido por Anabela de Saint-Maurice[3]
- Hospedes da Noite (2007) - dirigido por Licinio Azevedo
Galeria
- Antiga cozinha, Bloco D, térreo.
- Abrigo montado no antigo salão de baile do hotel.
- Pessoas a usar a piscina, de água bastante poluída.
- Interior do antigo átrio, Bloco A, térreo.
- Exterior do hotel, de frente ao Bloco B.
- Lixo acumulado na fachada do terraço.
- Pessoas a usar a piscina, de água bastante poluída.
Referências
Ligações Externas
- Artigo: O Delírio de um Grande Hotel
- Coleção fotográfica
- Panorâmica 360º