Manuel Deniz-Jacinto

Manuel Deniz-Jacinto
Nascimento 8 de janeiro de 1915
Condeixa-a-Nova (Portugal)
Nacionalidade Portugal Portugal
Morte 8 de janeiro de 1998 (83 anos)
Ocupação Teatrólogo, encenador, ator, crítico, tradutor, ensaísta, e autor
Outros prémios
Medalha de Mérito Cultural (1996)
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Manuel Deniz-Jacinto (Condeixa-a-Nova, 8 de Janeiro de 1915 — Condeixa-a-Nova, 8 de Janeiro de 1998) foi um dos mais importantes teatrólogos portugueses. Ficou também conhecido como encenador, ator, crítico, tradutor, ensaísta, e autor de diversas publicações.

Biografia

Frequentou a Universidade de Coimbra de 1933 a 1943, onde concluiu as licenciaturas em Ciências Matemáticas, Engenharia Geográfica, e ainda o curso de Ciências Pedagógicas. Tendo tido o teatro como paixão, foi fundador do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), a que sempre esteve ligado, mas desempenhou uma atividade académica extremamente intensa, tendo também sido Presidente do Orfeon Académico de Coimbra, e Presidente da Associação Académica de Coimbra. Em 1945 assumiu o cargo de diretor interino do jornal Diário de Coimbra, onde escreveu alguns artigos polémicos, tendo sido suspenso e demitido compulsivamente pelos Serviços de Censura. Militante anti-fascista, como foi reconhecido pela PIDE em 1946, foi preso por esta polícia política na Figueira da Foz e cumprindo pena entre 1949 e 1953 na cadeia do Aljube e Forte de D. Luís I (Forte-prisão de Caxias).[1] Colaborou intensamente com Paulo Quintela, especialmente no estudo da obra de Gil Vicente[2], tendo também encarnado diversos personagens, sendo "O Diabo" do Auto da Barca do Inferno, a mais marcante. Colaborou com diversas revistas, traduziu peças e participou em colóquios e outros eventos culturais. Em 1991 publicou a obra "Teatro"[3], dividida em três volumes.

Ao longo da vida foi agraciado com diversas homenagens, sendo as mais importantes a Medalha de Mérito Cultural, da Câmara Municipal de Coimbra (30/11/1996)[4], a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República Mário Soares (06/04/1988)[5], reconhecendo-lhe a sua “notável actividade em prol da divulgação e expansão do teatro em Portugal, bem como da intervenção cívica e política em defesa da democracia”, e a Medalha de Honra da Universidade de Coimbra, em Março de 1997, pelo respetivo Reitor.

Faleceu vítima de doença prolongada a 8 de Janeiro de 1998 em Coimbra, tendo sido sepultado dois dias depois em Condeixa-a-Nova, sua terra natal.[6][7][8]

Em janeiro de 2015, o município de Condeixa-a-Nova lançou o Prémio e Festival Deniz-Jacinto para dignificar e perpetuar a memória de um dos mais importantes teatrólogos nacionais no âmbito do centenário do seu nascimento.[9]


Referências

  1. ROLO, António Nuno Rosmaninho - "O poder da arte: o Estado Novo e a cidade universitária de Coimbra". Coimbra: Imprensa da Universidadede Coimbra, 2002
  2. DELILLE, Maria Manuela Gouveia - "Paulo Quintela". Lisboa: Instituto Camões, 2010 acedido a 26/09/2013
  3. DENIZ-JACINTO, Manuel - "Teatro" 1o v.: Teatro I. - 171 p. - 2o v.: Teatro II. - 254 p. - 3o v.: Teatro III. - 182 p. Porto: Lello & Irmão, 1991
  4. Acta da Câmara Municipal de Coimbra, 21 de Outubro de 1996
  5. CIDADÃOS NACIONAIS AGRACIADOS COM ORDENS PORTUGUESAS acedido a 26/09/2013
  6. Actividade Parlamentar - Assembleia da República Portuguesa, in DAR I série Nº.30/VII/3 1998/01/22
  7. «Diário da Assembleia da República, II série B Nº9 1998/01/24» (PDF). Consultado em 25 de setembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 28 de setembro de 2013 
  8. «O teatro está de luto | Morreu Deniz Jacinto, in jornal «Avante!» Nº 1259 - 15 de Janeiro de 1998». Consultado em 25 de setembro de 2013. Arquivado do original em 28 de setembro de 2013 
  9. «Câmara de Condeixa-a-Nova institui Prémio Deniz-Jacinto» 

Ligações externas

  • Biografia no site da Câmara Municipal de Condeixa
  • PORBASE, obras nas quais Deniz Jacinto colaborou