Telegrafista

Telegrafista em imagem anterior a 1926, coleção do Tropenmuseum.

Telegrafista foi uma profissão ou atividade desempenhada por alguém habilitado no manejo do telégrafo e conhecimento do código Morse. Atuava na emissão e recepção, com decodificação, das mensagens.

Dentre os telegrafistas que se notabilizaram está o ex-presidente brasileiro, Juscelino Kubitschek.[1] A profissão deixou de existir com o advento de novas tecnologias de comunicação à distância.[2]

Registros históricos

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Royal Navy alistou muitos voluntários como radiotelegrafistas. Os telegrafistas eram indispensáveis ​​no mar nos primeiros dias da telegrafia sem fio, e muitos jovens foram chamados para o mar como operadores profissionais de radiotelegrafia, aos quais sempre foi concedido o status de oficial bem pago no mar. Após o desastre do Titanic e a Lei do Rádio de 1912 (Radio Act of 1912), as convenções de Segurança Internacional da Vida Humana no Mar (convenção SOLAS) estabeleceram o monitoramento de frequência de socorro marítimo de 500 kHz e determinaram que todos os navios de transporte de passageiros tivessem operadores de radiotelegrafia licenciados a bordo.[3]

Na Colômbia o museu Casa del Telegrafista em Aracataca, declarado Monumento Nacional em 1996, preserva o local onde trabalhou o pai do escritor Gabriel Garcia Márquez, Gabriel Eligio García Martínez, entre 1923 e 1926.[4]

Cãibra de telegrafista

Foi registrada uma epidemia, nos Estados Unidos e Inglaterra, entre esses profissionais que ficou conhecida como "cãibra de telegrafista", que no ano de 1908 passou a ser definida como doença osteomuscular provocada pela rápida repetição dos movimentos no telégrafo.[5]

Foi, assim, reconhecida no Ato de Compensação Britânica como doença do trabalho e, com o aumentos dos casos, uma investigação foi levada a cabo, sendo ali criada uma comissão encarregada de avaliar as condições laborais dos telegrafistas, que concluiu que a repetição continuada dos movimentos estava aliada a condições nervosas individuais e que, por seu caráter pessoal, recomendava uma melhor seleção do pessoal contratado como solução para a epidemia.[5]

Ver também

Referências

  1. Ana Maria Ribas Cardoso (2012). «Caleidoscópio biográfico: leituras de Juscelino Kubitschek de Oliveira». e-publicacoes.uerj.br. SOLETRAS. Consultado em 29 de junho de 2024. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2024 
  2. Jarbas Novelino Barato (2022). «Saberes do trabalho: conhecimento é ação, ação é conhecimento». senac.br. B. Téc. Senac, Rio de Janeiro, V.48, e22007. Consultado em 29 de junho de 2024. Cópia arquivada em 10 de junho de 2022 
  3. Her Majesty's Stationery Office (1953). «International Convention for the Safety of Life at Sea, 1948, London, 10th June, 1948» (PDF). imo.org (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 12 de abril de 2015 
  4. Paola Benjumea Brito (7 de setembro de 2012). «Casa del Telegrafista, el olvidado sitio de trabajo del papá de Gabo». eltiempo.com (em espanhol). El Tiempo. Consultado em 29 de junho de 2024. Cópia arquivada em 7 de novembro de 2021 
  5. a b Marilene Affonso Romualdo Verthein; Carlos Minayo Gomez (2001). «As armadilhas: bases discursivas da neuropsiquiatrização das LER». scielo.org. Ciência & Saúde Coletiva,6(2):457-470. Consultado em 29 de junho de 2024. Cópia arquivada em 16 de outubro de 2021 

Ligações externas

  • O Telegrafista de Salinas, conto de José Antônio Prates.